segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Mês de chuva e orações a Nossa Senhora


JORNAL DE SANTA CATARINA
30 DE OUTUBRO DE 2008
MAGALI MOSER



BLUMENAU - A pequena imagem de Nossa Senhora Aparecida atrás do balcão passa despercebida para freqüentadores do bar ao lado da BR-470, na Rua 1º de Janeiro. No entanto, para a proprietária Catarina Becker, 58 anos, a estátua representa mais do que um símbolo religioso. Por ter nascido no dia reservado à padroeira do Brasil, 12 de outubro, a comerciante recorre às orações para a santa sempre que precisa. Este mês, Nossa Senhora ouviu muitos pedidos da devota para protegê-la contra a enchente. A preocupação tem justificativa: este outubro foi o mais chuvoso dos últimos 20 anos e, quando o tempo fecha, a rua em que Catarina mora é a primeira a alagar em Blumenau.

Embora a Defesa Civil informe que não há risco de enchente, o medo de uma nova cheia acompanha Catarina e os vizinhos. Com o rio a oito metros, a 1º de Janeiro é atingida. Em 13 anos, Catarina calcula ter passado por quatro enchentes na rua, onde “só a beiradinha do telhado ficou fora d’água”, ela descreve.
– A gente fica numa agonia. A terra está encharcada, o sol veio mas não deu tempo de secar. Eu me apego à Nossa Senhora Aparecida. Tô rezando e pedindo para que ela nos proteja. Já perdi muita coisa. O rio enche tão rápido que não dá tempo de tirar os móveis – lamenta.
Para se informar sobre o nível do Rio Itajaí-Açu, a moradora liga todos os dias para a Defesa Civil. As lembranças da última enchente, em 2001, quando o rio chegou a 11,02 metros, ainda estão vivas.
– Tive sorte. Consegui recuperar móveis, cortinas e toalhas. Se a chuva continuar, terei de levar tudo para o segundo andar e ir pra casa do meu irmão, como fiz na última cheia – adianta a dona-de-casa Renilda Franz Kupas, 54, moradora da rua desde 1999.
A medição do Rio Itajaí-Açu ontem, às 17h, apontava 4,18 metros. A partir de oito metros, é considerado enchente na cidade.
Do começo do mês de outubro até ontem, choveu 334,6 milímetros, sendo que a média para outubro é de 171,4 milímetros, segundo o Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) da Furb. Dirceu Severo, professor e meteorologista do IPA, não aponta um fenômeno específico que explique o excesso de chuva. Segundo ele, o mês de outubro se caracteriza pela incidência de chuvas fortes e, nessa época, é também muito comum a formação de áreas de instabilidade, pela alta umidade na região Amazônica, transportada na direção Sul do Brasil.

Um comentário:

smith disse...

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