segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Deslizamentos de terra obrigam 250 moradores a abandonar as casas na Rua Coripós

JORNAL DE SANTA CATARINA
6 DE NOVEMBRO
ANDRÉA ARTIGAS

BLUMENAU - A região da Rua Coripós está em alerta. Calçadas e muros rachados, deslizamento de terra e uma fissura na Rua Germano Grosch obrigaram a Defesa Civil a decretar a retirada imediata de 250 moradores. Os 20 mil metros quadrados de ocupação irregular, no Bairro Escola Agrícola, podem desmoronar a qualquer momento. As 48 famílias têm até amanhã para abandonar as casas. A servente Silvia Patrícia Sabel, 20 anos, soube da notícia ontem de manhã, por vizinhos. Desde a chuva de sábado, ela teme:


– Eu e meu marido não dormimos mais. Temos medo que a casa caia de uma hora para outra. Já vivemos o mesmo drama com minha mãe em 1998, quando houve um desabamento – desabafa.


– Nunca vi o morro ficar desse jeito. A casa da vizinha vai cair em cima da minha. Estou procurando casa para alugar e não acho porque temos cinco crianças – lamenta a diarista Rosana Aparecida Nunes Fogaça, que mora há cinco anos no local.


O diretor da Defesa Civil, Telmo Duarte, reuniu técnicos da prefeitura e moradores ontem de manhã, na Escola Básica Municipal Norma Dignart Huber, para explicar a urgência:– Temos pressa na retirada das famílias porque o terreno pode desabar a qualquer momento.Prefeitura vai ajudar com R$ 300 de aluguel por família.


O técnico da Defesa Civil José Corrêa de Negredo salienta que o perigo maior está na Rua Germano Grosch, continuação da Coripós. A área será isolada para a demolição das casas e posterior recuperação da vegetação. Enquanto isso, a orientação da Defesa Civil é de que os moradores fiquem alojados na casa de familiares até conseguirem alugar uma casa. Aqueles que não tiverem parentes serão encaminhados para a Fundação Municipal Desportos e terão 15 dias para locação de um imóvel. Caminhões estão à disposição da comunidade para transportar os móveis.


A prefeitura irá custear o aluguel até R$ 300 durante três meses. Depois desse prazo, as famílias deverão passar por uma análise, para possível renovação do subsídio, até que seja encontrada uma solução definitiva pelo Programa de Regularização Fundiária. As casa, construídas em área da prefeitura, estão incluídas no programa há oito meses. O secretário municipal de Assistência Social, da Criança e do Adolescente, Mário Hildebrandt, afirma que as crianças que estão na escola receberão transporte ou serão transferidas para outra instituição.

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