segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

PARTICIPAÇÃO DE MILITARES EM FURTO DE DONATIVOS EM BLUMENAU/SC

NOTA PARA IMPRENSA EMITIDA PELO COMANDO DA 14ª BRIGADA DE INFANTARIA MOTORIZADA

Gen Bda MANOEL LUIZ NARVAZ PAFIADACHE
Comandante da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada

A respeito dos fatos envolvendo um grupo de militares do Exército, pertencentes aos quadros do 23º Batalhão de Infantaria de BLUMENAU/SC (23º BI), os quais, juntamente com outras pessoas, foram filmados retirando, do centro de triagem de donativos instalado na Vila Germânica, itens destinados aos atingidos pelas enchentes na Região de BLUMENAU/SC, esclareço que:

1. Os fatos já estão sendo devidamente apurados por meio de procedimento administrativo-investigatório (Sindicância), imediatamente instaurado pelo Comandante do 23º BI, visando a completa elucidação sobre as circunstâncias em que se deram, a identificação dos militares participantes de atos irregulares e o levantamento dos itens que tenham sido indevidamente retirados dos estoques.

2. Uma vez concluídos os trabalhos de apuração, e esclarecido qual seria o grau de envolvimento de militares nos fatos em questão, serão aplicadas, de acordo com as normas legais vigentes, as medidas disciplinares cabíveis nos que cometeram atos contrários à disciplina militar.

3. Sendo possível a recuperação de itens indevidamente retirados, os mesmos serão devolvidos ao centro de triagem, salvo se, futuramente, vier a ser determinado que permaneçam à disposição da Justiça Militar da União, como eventuais objetos de prova.

4. O Exército Brasileiro não é, e não será, tolerante com qualquer ato praticado por seus integrantes que contrariem os princípios éticos e as normas legais. A Instituição vê o presente episódio como grave, sujeito à rigorosa apuração das responsabilidades, porém, como um fato isolado, e continuará com seu firme propósito de apoiar e assistir a população atingida pelas águas e pelos desabamentos, em toda a Região de BLUMENAU/SC e demais localidades do VALE DO ITAJAÍ.

5. Oportuno lembrar que, desde os primeiros sinais de agravamento da situação das chuvas, o Exército Brasileiro disponibilizou, integralmente, seus meios humanos e materiais em apoio à Defesa Civil, já tendo empregado, até o momento, mais de 5 mil homens e mulheres nas ações, alguns deles vindos de outros estados, e que continuará, incansavelmente, a apoiar as autoridades públicas e dar assistência à população atingida.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Sobe para 125 o número de mortos em SC - 28 continuam desaparecidos

Folha Online

A Defesa Civil confirmou na manhã desta quinta-feira mais uma morte no município de Luiz Alves, elevando para 125 o número de mortes provocadas pelas chuvas em Santa Catarina. A vítima estava soterrada desde o dia 22 de novembro e o corpo foi encontrado na noite de quarta-feira (10), reduzindo o número de desaparecidos para 28.

De acordo com a Defesa Civil, 33.479 pessoas continuam fora de suas casas. Destes, 6.243 estão em abrigos públicos e 27.236 permanecem desalojados, ou seja, se hospedando nas casas de familiares e amigos.

Doenças

Com as enchentes, aumenta também o risco de contaminação. Na noite de quarta-feira (10), a Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde confirmou que já foram notificados 41 casos de leptospirose Santa Catarina.

Ao todo, foram notificados 482 casos suspeitos, sendo que 260 estão em análise e 181 já foram descartados.

Riscos de desastres

Um estudo concluído em 2006 por pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) já informava que um em cada quatro municípios de Santa catarina corriam risco "muito alto" de serem afetado por desastres naturais.

A análise considera desastre natural o caso que provoque ao menos uma destas conseqüências: morte de dez pessoas, afete pelo menos cem pessoas, decretação de situação de emergência ou pedido de socorro internacional.

Produzido há quase três anos, o número de 72 municípios listados na categoria "risco muito alto" pode estar subestimado, alerta a geógrafa da Unicamp Luci Hidalgo Nunes, especialista em desastres naturais e co-autora do estudo, que leva em conta desastres registrados entre 1980 e 2003.

"Eu acho que o número possa estar subestimado. Vale a pena a gente rever um monte de coisa. Esse episódio mostrou que chuvas intensas geram um problema, talvez até mais grave que inundações, que são os escorregamentos. A maior parte das mortes em desastres no Brasil está ligada a isso", diz a pesquisadora.

Natal será usado para reerguer e divulgar Blumenau após as chuvas

DIMITRI DO VALLE
10/12/2008
Agência Folha, em Blumenau

Na década de 80, foi a Oktoberfest. Agora, o Natal é que será usado em Blumenau na tentativa de reerguer e divulgar a cidade castigada pelas chuvas.

A idéia dos empresários e da Secretaria de Turismo do município é promover nas próximas semanas eventos culturais, religiosos e sociais para animar a população.

Batizada de "Natal Alles Blau Blumenau" - "tudo azul", em alemão -, a série de eventos tem ainda o objetivo de aquecer o comércio e o turismo locais. A preocupação dos lojistas e da prefeitura é mostrar ao visitante que, apesar da catástrofe, toda a infra-estrutura turística está preparada para recebê-lo.

"A gente precisa mudar o clima, dizer que estamos vivos e usar o Natal para manifestar respeito pelos que morreram na tragédia", diz o secretário de Turismo de Blumenau, Norberto Mette. "É próprio do espírito do blumenauense: retomar a vida e tocar em frente".

Mette afirma que a festa lembrará muito o clima que inspirou a primeira edição da Oktoberfest, em 1984, três meses depois de a cidade ter sido atingida por uma grande inundação. Na época, 50 mil pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas e oito morreram por afogamento em Blumenau.

Os eventos começaram dia 10 de novembro e vão até a véspera de Natal, dia 24; mas os organizadores ainda formulam programação para esticar a série de eventos até 6 de janeiro.

O "Natal Alles Blau" contará com shows beneficentes para arrecadar recursos para os desabrigados --que ainda somam cerca de 4.000 pessoas espalhadas por 41 abrigos. Uma das apresentações musicais já confirmadas é a da Família Lima, no próximo dia 14.

O ex-tenista Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros, já foi contatado para participar de um jogo de exibição. A organização ainda tenta encontrar uma data na agenda do catarinense, que deixou as competições neste ano.

Para a próxima semana, está previsto um espetáculo do balé Bolshoi, além de apresentação de corais, de poetas e de bandas típicas na praça que fica em frente à sede da prefeitura e nas escadarias da catedral. Grupos dedicados à cultura alemã, característicos da Oktoberfest, também vão participar, no dia 17, de um desfile alegórico incluído no calendário do "Natal Alles Blau". O evento será no palco da tradicional festa alemã do município, na Rua 15 de Novembro.

Uma árvore de Natal com 20 metros de altura está sendo construída para ficar na região conhecida como Prainha. "A árvore será o símbolo da reconstrução", diz Denise Ern, diretora para Assuntos de Prestação de Serviços da Acib (Associação Empresarial de Blumenau).

No começo de 2009, antes do Carnaval, a terceira edição da Sommerfest ("festa de verão", em alemão), em Blumenau, também será dedicada à reconstrução. Segundo Mette, o objetivo é transformar também a Sommerfest em um evento tão importante para a cidade quanto a Oktoberfest foi em 1984.
Vice-governador diz esperar "maior veraneio de Santa Catarina"

FELIPE BACHTOLD
GUSTAVO HENNEMANN
BRENO COSTA
Agência Folha
10/12/2008

Após previsões pessimistas em razão das fortes chuvas que atingiram, o governo de Santa Catarina negou que haja problemas de infra-estrutura para receber visitantes neste verão e disse esperar a melhor temporada dos últimos anos.

Questionado se não há exagero no tom agora otimista, o vice-governador Leonel Pavan (PSDB) disse que as previsões anteriores do governo e do setor turístico foram feitas em um momento de desespero. "Será o maior veraneio de Santa Catarina. Atrás da tempestade, vem a bonança.” Ele deu uma coletiva hoje em São Paulo, de onde sai boa parte dos turistas que visitam o Estado nesta época do ano.

Segundo Pavan, as rodovias que foram interditadas por causa das chuvas já estão em situação normal e a condição das praias deve melhorar nos próximos dias. De acordo com a ABIH-SC (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de SC), os cancelamentos de reservas nas últimas semanas são de 5%, em média. Nas regiões de Florianópolis e Balneário Camboriú, a média sobe para 15%.

Segundo o secretário do Turismo do Estado, Gilmar Knaesel, no entanto, não houve cancelamento em vôos provenientes da Argentina, Chile e Uruguai. São 740 previstos.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal em Santa Catarina, não há mais riscos nas estradas federais do Estado, que chegaram a ter dez pontos com problemas. No Paraná, a PRF diz que ainda há "pontos em observação" nas rodovias. Um desmoronamento interditou na semana passada a BR-376, que leva a Santa Catarina. Nas rodovias estaduais, o principal problema é na SC-401, que leva a algumas das praias mais visitadas de Florianópolis. A estrada foi liberada após uma queda de barreira, mas pode ser fechada se chover forte. O acesso dos estrangeiros pela BR-101 e pela BR-470 também já têm fluxo normal, de acordo com o governo estadual.

Nas praias, a balneabilidade foi prejudicada na região de Itajaí por lixo e materiais trazidos pelos rios. Relatório divulgado mostra que 49 dos 182 pontos analisados em todo o Estado estão impróprios para banho. O vice-governador disse que a situação deve melhorar nos próximos dias.

O secretário da Justiça, Justiniano Pedroso, responsável pela Defesa Civil, afirmou que o turista não estará exposto a áreas de risco no litoral. Também disse que a Defesa Civil vai emitir alertas à população se houver previsão de chuva forte durante o verão. De dezembro a fevereiro, os níveis de chuva devem ficar acima da média na Grande Florianópolis, no litoral norte e no Vale do Itajaí, segundo o Ciram (Centro de Previsão Hidrometereológica de SC).

Governo federal vai adiantar R$ 372 milhões para reconstrução de SC

EDUARDO CUCOLO
Folha Online

O governo federal vai adiantar o pagamento de R$ 372 milhões ao governo de Santa Catarina para as obras de reconstrução das áreas afetadas pelas chuvas. Também está sendo estudada a prorrogação de dívida e impostos para as indústrias e trabalhadores dessas regiões. Se tivesse liberado esse dinheiro, que estava na previsão orçamentária, e do que só foram liberados R$ 12 bilhões, antes da tragédia, agora, a situação poderia não ser essa de catástrofe.

A liberação do dinheiro será feita por meio de uma medida provisória que deve ser publicada amanhã no Diário Oficial da União. A informação é do governador de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB), que esteve reunido nesta terça-feira, no Ministério da Fazenda, com representantes do governo e parlamentares do Estado.

Até esta terça-feira, a Defesa Civil havia confirmado 123 mortes no Estado provocadas pelas chuvas e enchentes. Ao menos 33.475 pessoas continuam fora de suas casas, sendo que 6.239 estão em abrigos públicos e 27.236 estão hospedados nas casas de amigos e familiares. Ao menos 29 pessoas continuam desaparecidas.

O dinheiro é parte do pagamento devido à Santa Catarina por meio de títulos públicos. Esse dinheiro, que seria pago somente após 2018, está sendo antecipado.

Os R$ 372 milhões serão pagos em quatro vezes, a começar em dezembro, e devem compensar parte da queda na arrecadação do Estado, que está entre 10% e 15% no mês de dezembro.

Dívidas

O governador também irá discutir a moratória no pagamento da dívida do Estado, em conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visita a região afetada na próxima sexta-feira (12).

Empresários de Santa Catarina também estão reunidos hoje com a equipe do Ministério da Fazenda para tratar de uma possível prorrogação no pagamento de dívidas e impostos para a indústria de transformação e o setor agrícola. Também está sendo negociado um crédito de R$ 300 milhões para a indústria da pesca no Estado.

Há ainda a expectativa de que seja publicado amanhã um decreto que altera as regras do FGTS para saque do dinheiro para os trabalhadores da região.

"O governo deixou claro que fará tudo o que for possível para que o setor empresarial de Santa Catarina, assolado por essa catástrofe, tenha um tratamento privilegiado, seja em financiamentos, seja em prorrogação de pagamentos de tributos", afirmou o governador.

Foi solicitada também uma ajuda às micro e pequenas empresas da região, que teriam o pagamento de impostos do Simples adiado, o que depende do Comitê Gestor do Simples Nacional.

Animais sobreviventes em SC ganham ajuda de entidades


Revista da Folha
FLÁVIA GIANINI
08/12/2008

Durante 11 dias, um grupo percorreu a região de Itajaí, a mais afetada pelas chuvas em Santa Catarina, atrás de animais. Era uma caçada do bem. Na peregrinação, conseguiram salvar 80 bichos. Todos eles estavam muito assustados. Alguns, presos em quintais de casas abandonadas. Outros, sobre telhados e carros. A maioria passava frio, fome e sede. Houve casos de cães afundados no meio da lama.

Eles foram alojados no canil da ONG Viva Bicho, que já soma um total de 650 animais. Para complicar a situação, a sede da entidade corre sério risco de desabar. "Isso parece um pesadelo", desabafa Bianca Jung, 26, secretária da organização.

Vítimas silenciosas da tragédia, cerca de 26 mil animais domésticos foram afetados pelas enchentes, estima a Rede Catarinense de Solidariedade aos Animais (Resa).

Analista de ações para catástrofes, o veterinário Werner Payne, da ONG Veterinários Sem Fronteiras, sobrevoou com a Defesa Civil a zona interditada do complexo do Baú, a mais atingida por desmoronamentos. Cem mil animais, entre aves, porcos e bois, continuam presos na região, segundo estimativa do especialista. Muitos morreram afogados e soterrados.

"A água baixou e agora é possível ver os corpos jogados. Há ainda centenas deles vagando pelas ruas, famintos e com sede", conta Halem Nery, 61, coordenador da Resa e secretário do Instituto Ambiental Ecosul. Existem bichos presos em casas vazias. Outros estão ilhados em árvores, sem poder se mexer ou se alimentar.

Em meio à tristeza, às mortes e ao sofrimento, a solidariedade promove a esperança.

Entidades de defesa de São Paulo começam a organizar campanhas para ajudar os animais em Santa Catarina. Para conseguir salvar a vida dos animais abandonados, as entidades contam agora com mais um capítulo da solidariedade humana.

O que doar
Água potável
Caixa de transporte
CasinhaColeiraMaterial de higiene
RaçãoRemédios (antibióticos, sarnicidas e anestésicos)
Utensílios médicos (máscaras, luvas, seringas e agulhas)
Vacinas

Onde
- Casa do Consolador (www.casadoconsolador.com.br). Rua Guapiaçu, 75
- Pet Center Marginal (www.petcentermarginal.com.br). Av. Presidente Castelo Branco (marginal Tietê), 1.795, tel. 0/xx/11 2797-7400
- Posto de Coleta. Av. Marechal Mario Guedes, 301, Jaguaré, tel. 0/xx/11 3768-1977

Lula diz que ajuda de militares às vítimas de SC é motivo de orgulho – salário digno e mais verbas, que é bom, nada...


RENATA GIRALDI08/12/2008 - 16h05
Folha Online, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu nesta segunda-feira o apoio prestado pelos militares na ajuda às vítimas das enchentes em Santa Catarina. Segundo Lula, o apoio das Forças Armadas é motivo de orgulho nacional. Ele lembrou que a colaboração dos militares ocorre em várias ocasiões em que há situações de calamidade pública no Brasil e até nos países vizinhos.

"As Forças Armadas viraram (sic – viraram????) motivo de orgulho, salvando vidas, levando ajuda, comida, roupa e remédio", disse o presidente, no almoço de confraternização oferecido aos oficiais militares, no Clube da Aeronáutica em Brasília.

Lula lembrou que os militares estão presentes nas ações de combate à dengue e também nas operações de segurança, como recentemente ocorreram em vários municípios do país, por determinação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ele ressaltou ainda o apoio dos militares às vítimas da seca do Nordeste.

O presidente ressaltou ainda que a presença dos militares é elogiada também nos países vizinhos. Segundo Lula, o presidente da Bolívia, Evo Morales, telefonou para ele para agradecer o apoio prestado pelas Forças Armadas às vítimas de enchentes na região.

Lula destacou também o papel executado pelos militares brasileiros nas tropas das forças de paz no Haiti. Os brasileiros participam essencialmente de operações de infra-estrutura e reconstrução do país, além do apoio às ações de segurança.

Casal de idosos volta para casa e morre soterrado em SC


Agência Folha, em Gaspar
09/12/2008

Um casal de idosos que havia saído da casa após um desmoronamento voltou ao local - considerado área de risco e evacuado pelo órgão -, em Gaspar (140 km de Florianópolis), e acabou soterrado. Os agricultores familiares Zigfritz Taihetch, 77, e Erna Iolanda Cipriano, 79, que haviam sido resgatados e levados a um abrigo após terem a casa atingida, voltaram por conta própria para o terreno e foram atingidos por um desmoronamento no bairro Belchior Baixo. Segundo a Defesa Civil de Gaspar, o casal quis voltar para tentar retomar o trabalho na propriedade. Como a casa já havia sido destruída pela lama que desceu das encostas, o casal abrigou-se num galpão na parte superior do terreno, que foi atingido por novo deslocamento de terra na noite de sábado. O diretor da Defesa Civil de Gaspar, Luiz Mario da Silva, diz que suspeita que o casal foi soterrado devido à movimentação de terra que ainda acumula muita água presa ao solo, já que não choveu no fim de semana.


Bombeiros de Blumenau e homens da Força Nacional de Segurança tentaram iniciar uma operação de resgate dos corpos dos agricultores. Devido ao acúmulo de terra que se formou na propriedade, as buscas foram suspensas. Após a constatação de risco de mais deslizamentos, as equipes não retomaram o trabalho.

No fim de semana anterior, quatro moradores que retornaram para locais interditados por causa de inundações e deslizamentos também foram mortos em Ilhota. As outras mortes registradas durante a semana passada foram referentes a corpos encontrados por problemas no início das chuvas ou por pessoas reconhecidas por parentes no IML.

A direção da Defesa Civil de SC diz que estuda meios jurídicos para impedir que famílias insistam em retornar para casas condenadas. "O caso dos idosos é um fato isolado, mas não dá para deixar que se repita. Está sendo feita uma consulta aos advogados do município", diz Silva.

Cerca de 600 pessoas ainda estão em abrigos de Gaspar por causa do risco de deslizamentos ou porque perderam tudo na inundação. No Estado, são 33 mil pessoas fora de casa - mais de 6.000 só em abrigos.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Resumo do Desastre - atualizado às 13:41 do dia 10/12/08.


Registro de 33.479 desalojados e desabrigados, sendo 6.243 desabrigados - clique aqui e 27.236 desalojados. São 123 ÓBITOS e 29 desaparecidos confirmados - Clique aqui ( A Delegacia Geral de Polícia Civil enviará boletins para Defesa Civil, informando os números de desaparecidos). Fotos e notícias gerais no site do Governo de SC: webimprensa.sc.gov.br.

VITIMAS FATAIS - 08 Dez 08
Última atualização ( Seg, 08 de Dezembro de 2008 21:13 )
Brusque: 01
Gaspar: 19
Blumenau: 24J
aragua do Sul: 13
Pomerode: 01
Bom Jardim da Serra: 01
Luís Alves: 10
Rancho Queimados: 02I
lhota: 38
Benedito Novo: 02
Rodeio: 04
Itajaí: 02
São Pedro de Alcântara: 01
Florianópolis: 01
Timbó: 02
Ascurra: 01(este óbito está no IML de Itajaí para identificação e procedência de qual cidade): 01
T O T A L: 123
Desaparecidos
Gaspar: 7
Luis Alves: 01
Ilhota: 21
Total: 29
Veja a relação de nomes dos óbitos, confirmados pelo IML: clique aqui
Veja a relação dos municípios com abrigos: clique aqui
- Governador Luiz Henrique recebe ministro das Cidades
- Defesa Civil reforça alerta devido a previsão de mais chuvas
- Celesc prorroga prazo para pagamento de fatura de energia nos municípios em estado de calamidade
- Governo do Estado garante recursos e apoio aos moradores de Ilhota
- Internacional e Figueirense doam mantimentos e dinheiro para vítimas do desastre
- Operações Aéreas da Defesa Civil resgatam mais de 1,2 mil pessoas atingidas pelas chuvas em SC
- Deinfra libera meia pista na SC-401 em Florianópolis
- Governo do Estado precisa de voluntários em Blumenau
- Central de Doações em Navegantes distribui mais de 500 toneladas em mantimentos
- Defesa Civil precisa de voluntários para Central de doações em São José
- Passa para 122 o número de mortes pelo desastre
- Defesa Civil começa inspeção para liberação parcial das áreas de risco atingidas pelas fortes chuva
- Governador discute soluções para Ilhota
- Relatório de balneabilidade divulgado pela Fatma não mostra alteração nas praias
- Doações em contas bancárias somam mais de R$ 19,5 milhões

Granizo provoca estragos em Painel


Fonte: Diário Catarinense

Chuva provoca novos deslizamentos de terra em Blumenau (SC)


Fonte: Jornal Correio de Notícias
http://wwwdeolhonotempo.blogspot.com/2008/12/brasil-chuva-provoca-novos.html
10 de Dezembro de 2008

As chuvas da noite desta terça-feira (9) provocaram novo deslizamento de terra em Blumenau, no Vale do Itajaí. Árvores, pedras e terra levadas pela água formaram uma barreira num morro no bairro Água Verde, ameaçando casas numa encosta da rua Professor Matheus Bragagnolo. Rachaduras são visíveis na área que não foi afetada. Para a segurança dos moradores da região, famílias que vivem nas proximidades do local do deslizamento tiveram que deixar suas casas, sob orientação da Defesa Civil — que monitora a situação desde ontem à noite. Há o risco de novos desmoronamentos. Técnicos também vistoriaram a rua Francisco Valdiehck onde houve a movimentação do solo. Em Rio do Sul, a chuva causou alagamento e a queda de árvores sobre estradas. Não houve o registro de vítimas nas duas cidades que registraram ocorrências em função do mau tempo.

COMO AJUDAR O VALE do itajaí A SE REERGUER NO MÉDIO PRAZO?

Caio Alexandre Wolff,
Advogado blumenauense

A tragédia que atingiu a população do Vale do Itajaí tem despertado a solidariedade de todo o país.

Emergencialmente, toda forma de ajuda é necessária; sejam doações em dinheiro, alimentos ou quaisquer donativos.

Entretanto, em breve elas cessarão e temos que começar a pensar em como reerguer a cidade após o período de comoção nacional.

Aos muitos amigos de outras cidades e estados que me perguntam qual a melhor forma de ajudar Blumenau e região, tenho respondido: consumam produtos fabricados em nossa região. Enterrados os mortos, temos que cuidar dos vivos.

A economia do vale foi atingida de forma duríssima e os prejuízos certamente serão agravados pelo desemprego e a pobreza vindouras nos próximos meses. A solução é fazer a economia girar, para que as empresas mantenham os empregos e cada um possa reconstruir sua vida a partir de seu próprio trabalho. Sugiro aos meus amigos: COMPREM roupas da Hering, cervejas da Eisenbahn, fraldas da Cremer, camisas da Dudalina, condimentos da Hemmer, toalhas da Teka, Karsten, Artex, e tantos outros produtos ligados à nossa região.

Como sugestão às redes de varejo, coloquem gôndolas específicas com todos os produtos do vale e com a seguinte chamada: "ajude a manter os empregos no Vale do Itajaí: compre produtos da região". Tenho certeza que o potencial de auxílio dessa campanha seria muito maior que as doações, pois todo o Brasil, ao experimentar nossos produtos, pode até tornar-se cliente cativo ante a reconhecida qualidade.

Aos governos e associações comerciais e industriais locais, caberia iniciar uma campanha de marketing incentivando o consumo de produtos locais, ou ainda um selo tipo "Prata da Casa!" para identificar os produtos locais.

No mínimo nós, moradores da região, temos a obrigação de, ao consumir, DAR PRIORIDADE A PRODUTOS QUE AJUDEM A MOVIMENTAR A ECONOMIA CATARINENSE.

Se cada um fizer sua parte, logo veremos o renascimento da economia local através da principal característica deste povo: o trabalho sério.

AJUDEM OS ANIMAIS - ELES SÃO INDEFESOS

"Tenha no seu coração tanta paz, paraque ela transborde e pacifique os demais." (Lenir Castro)

DEVIDO A ESSA SITUAÇÃO TRISTE E LAMENTÁVEL, MUITO ANIMAIS ESTÃO PRECISANDO DE AJUDA URGENTE! MUITOS ANIMAIS MORRERAM E MUITOS OUTROS PODEM MORRER SE NÃO FOREM AJUDADOS!

SABEMOS QUE EXISTEM PESSOAS PRECISANDO DE AJUDA E SOCORRO URGENTES, MAS OS ANIMAIS TAMBÉM PRECISAM DE NOSSO SOCORRO! PARA AJUDAR PESSOAS EXISTEM MILHARES DE OUTRAS PESSOAS SOLIDÁRIAS, INCLUSIVE NÓS VOLUNTÁRIOS DA ONG, MAS PARA AJUDAR OS ANIMAIS A CADA MIL TIRA UMA!

ELES NÃO TEM COMO PEDIR SOCORRO, NÃO PODEM SE AJUDAR SOZINHOS! NÃO FALAM, MAS SENTEM COMO NÓS!

POR ISSO, QUEM PUDER AJUDAR OS ANIMAIS AJUDEM, DÊEM COMIDA AOS QUE VEREM NAS RUAS, ABRIGUEM OS PERDIDOS, TENTEM SALVAR OS QUE ESTÃO EM CASA ILHADOS, ENFIM, SALVEM ESTES SERES DESESPERADOS, COM MEDO, FOME, FRIO, SAUDADE DA FAMÍLIA...... AJUDEM!!!!

EM ITAJAÍ A SITUAÇÃO ESTÁ CRÍTICA!!! MUITOS ANIMAIS ILHADOS PRECISAM SER RESGATADOS, OU AO MENOS LEVAR COMIDAS PRA ELES! O PESSOAL DOS BARCOS NÃO ESTÃO DEIXANDO LEVAR ELES....

POR FAVOR, PEÇO A TODOS QUE PUDEREM AJUDEM OS ANIMAIS DE SUA CIDADE! FAÇAM ALGUMA COISA, NÃO DEIXEM MORRER POR FALTA DE COMIDA, AFOGADOS... TANTO CÃES, GATOS, CAVALOS.. O QUE FOR.. AJUDEM!!!

QUEM PUDER AJUDAR EM ITAJAÍ, LIGUEM PARA O ROBERTO NO 9928-2222 - OS PROTETORES DE LÁ ESTÃO DISTRIBUINDO RAÇÃO E COMIDA PARA OS ANIMAIS QUE ENCONTRAM, MAS JÁ ESTÁ ACABANDO A RAÇÃO DOS MERCADOS E DAS DISTRIBUIDORAS, ENFIM... AJUDEM RECOLHENDO ALGUNS CÃES QUE VCS ENCONTREM EM SITUAÇÃO DESESPERADORA....

ATENÇÃO: ACHAMOS UM BOXER, MACHO, CARAMELO, COM O PEITO BRANCO NA RUA 1500. ENVIAREMOS FOTOS DELE, MAS QUEM SOUBER O DONO, NOS LIGUE! ESTAMOS TAMBÉM COM APROXIMADAMENTE 10 CÃES SALVOS DO ALAGAMENTO DOMINGO A TARDE! POR FAVOR NOS PROCURE PARA RECOLHER SEU CÃO!

DOAÇÕES PODEM SER FEITAS DIRETAMENTE NO CANIL PARA QUEM SABE O LOCAL, NA CLINICA VETERINÁRIA PET CENTER NA RUA 700 ENTRE 3ª E 4ª AVENIDA OU AINDA NO POSTO DE COMBUSTÍVEL DA TERCEIRA AVENIDA ESQUINA COM A RUA 2500!

AUBRAÇOS,
BIANCA - ONG VIVA BICHO
(47) 8425-1459 / 9903-5441

Doações em $:
Banco do Brasil Ag. 1489-3 cc 20793-4
Associação Viva Bicho
CNPJ 06 156 776 / 0001 - 81

COMIDA PARA BEBÊS

Neiva Mestri

OBRIGADO A TODOS VCS QUE DE UMA FORMA OU DE OUTRA TÊM AJUDADO AS PESSOAS DE MEU ESTADO. ESTOU TRISTE COM TODA A SITUAÇÃO, MAS MUITO FELIZ PELA SOLIDARIEDADE PRESTADA POR TODOS INDISTINTAMENTE....

MUITO, MUITO OBRIGADA MESMO. VCS SÃO D+.

QUE DEUS OS ABENÇÕEM.
NEIVA

27/11/2008, 12 horas: O Prefeito de Blumenau/SC no jornal da TV local disse que as vítimas das enchentes estão sem comida para bebês de até 1 ano de idade pois não comem outros alimentos.Pedem que em suas doações priorizem: água mineral, mamadeiras com bico, sopinhas enlatadas para bebês, leite integral. Lembrem que os alimentos precisam estar prontos para consumo, pois não há água nem cozinha para preparo.

TRAGÉDIA ANUNCIADA

- a maior parte destas informações foi extraída da tese de doutorado da professora Beate Frank ("Uma abordagem para o Gerenciamento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí, com Ênfase no Problema das Enchentes") de... 1995. (01/12/2008)
Há 150 anos começou a tragédia de Santa Catarina, escreve Eloy Casagrande Jr, doutor pela Universidade de Nottingham, professor na área de sustentabilidade e inovação, e coordenador do Grupo de Estudo Tecnologia e Meio Ambiente da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, em Curitiba. Diz Eloy Casagrande Jr ,a respeito da "tragédia de Santa Catarina, anunciada há mais de 150 anos": as enchentes no Vale do Itajaí ocorrem desde a sua colonização, há mais 150 anos. De 1850 a 1992 ocorreram 66, das quais 11 até 1900, 20 nos 50 anos subseqüentes e 35 nos últimos 43 anos, diz ele. "Relatos históricos registram 9 metros de elevação do rio Itajaí-Açu na enchente de 1862, tornando terras agrícolas e cidades alagadas um cenário comum até os dias de hoje.
Isto levou a população local, principalmente de Blumenau, a criar uma cultura de coexistência com as enchentes de pequena magnitude e também a conviver com o uso político das mesmas. Promessas de que se vai acabar com as cheias, são parte de velhos chavões políticos como prometer mais investimentos na educação, na segurança e na saúde. Também medidas governamentais de atendimento as populações atingidas e as inúmeras soluções de engenharia para o problema são discutidas desde a enchente de 1880 - a maior que se tinha registro até então, chegando o nível a 17 metros e 10 centímetros!
Em 1911, quando o pico de cheia alcançou 16 metros e 90 centímetros, surgiram várias propostas para o problema, inclusive a mudança da cidade para pontos mais altos e a construção de um canal de escoamento a partir de Blumenau. Esta segunda seria retomada nos anos 30 pelo primeiro estudo de defesa contra as cheias e também nos anos 80. A primeira, e mais inteligente, poderia ser traduzida para uma linguagem técnica mais moderna dos dias de hoje: o uso ordenado do solo, onde se pode controlar a densidade demográfica, evitar a ocupação de áreas inundáveis e as encostas e os desmatamentos. Também a proposta de Otto Rohkohl, de 1929, era sensata do ponto de vista de engenharia fluvial e previa a construção de barragens e reservatórios de contenção.
Nas suas próprias palavras "quase todos os rios formadores, assim como afluentes do Itajaí-Açu, apresentam locais no seu alto curso, que, devido à constituição natural do terreno, permitem que se edifiquem barragens e reservatórios de contenção contíguos, a custos relativamente baixos". Infelizmente, a proposta esbarrou nos interesses de famílias de elite da região que não queriam ver suas terras usadas para tal solução, seguidas de diversas administrações municipais que também a ignoraram.
Com as quatro enchentes que atingiram o vale em 1957, beirando a marca dos 13 metros, iniciou-se a luta por medidas de controle de cheias. Jornais noticiaram na época uma verdadeira calamidade pública. As águas torrenciais e traiçoeiras do rio Itajaí-Açu arrastaram em poucas horas, rio abaixo, para o Atlântico, tudo o que os colonos, com rara energia e competência tinham construído, trazendo também o desânimo e a dor para a grande maioria dos habitantes do município e principalmente para a cidade. Dois terços das residências, estabelecimentos fabris e comerciais e depósitos foram atingidos pela inundação. Neste mesmo ano, os radialistas criaram a Associação de Imprensa e Rádio do Vale do Itajaí, com a finalidade de pressionar o poder público a tomar atitudes em relação às enchentes elaboraram um documento enviado ao presidente Juscelino Kubitschek.
O que se viu a seguir foi o primeiro decreto presidencial, de janeiro de 1957, nomeando um Grupo de Trabalho para estudar a situação econômica da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí e propor as medidas necessárias ao seu desenvolvimento. Entre estudos geoeconômicos, a discussão de construção de barragens para contenção de cheias e aproveitamento para potencial hidrelétrico e irrigação, os estudos foram se arrastando por anos sem um objetivo claro. Somente após a enchente de 1º de novembro de 1961, que ocasionou mortes e muitas perdas materiais, levando o então presidente João Goulart a sobrevoar a região inundada, é que se retomaram os projetos das barragens.
Iniciados em 1964, três barragens foram construída com atrasos clássicos das obras de engenharia, sendo finalizadas somente em 1976. No entanto, suas capacidades se basearam apenas nas enchentes que ocorreram entre 1931 e 1975, alegando-se que seriam suficientes para que não fosse ultrapassada a marca dos 9 metros e 90 centímetros em Blumenau. As enchentes 1983, que causaram danos materiais na ordem de US$ 1,1 bilhão, vieram provar que as estimativas estavam erradas ao considerar desprezíveis as informações das grandes cheias até 1911. Após as cheias de 1983, com um pico de 15 metros e 34 centímetros e em seguida a de 1984, com 15 metros e 46 centímetros, surgiram os primeiros indícios de que uma relação entre as enchentes e a extensão do uso do solo, incluindo-se o desmatamento, começava a ser percebida.
Não houve, porém, um aprofundamento desta questão, e muito menos decisões políticas que permitissem concretizar ações, embora não faltassem alertas importantes, como o do memorável botânico Roberto Miguel Klein: "Atualmente encontram-se em toda a área, outrora florestal, apenas remanescentes da vegetação original, que não raro, devido ao porte, são confundidos com a vegetação secundária (capoeirões), sobretudo na região da Floresta Ombrófila Densa (floresta pluvial da costa atlântica) e que, indistintamente, são derrubados para fins energéticos substituindo o óleo combustível nas caldeiras.
Esta devastação sem precedentes, no norte e sul do Estado, causou um profundo desequilíbrio nos ecossistemas com conseqüências imprevisíveis, sobretudo no vale do Itajaí, onde a busca energética de lenha e carvão vegetal é mais intensa e arrasadora." O que em seguida se viu foi a criação de vários projetos como:
1) o "Projeto Nova Blumenau", que partiu de uma assembléia de cidadãos locais e que durou apenas um ano pela falta de apoio da prefeitura para viabilizar as propostas elaboradas pelas comissões e uso político da mesma;
2) o "Projeto Crise", da Fundação Universidade Regional de Blumenau, com o objetivo de desenvolver as chamadas medidas não-estruturais para proteção de enchentes, englobando monitoração do tempo, monitoração de níveis, modelos de previsão hidrológica e cartas de risco de inundação, uma espécie de sistema de alerta, que também envolvia as Centrais Elétricas de Santa Catarina;
3) o estudo realizado entre 1986 e 1990 pela Agência de Cooperação Internacional do Japão, em parceria com o extinto Departamento Nacional de Obras e Saneamento, que previa a retificação e alargamento da calha do Rio Itajaí-Açu, de forma a facilitar o escoamento das águas e a construção de um canal artificial de 10 quilômetros ligando a cidade de Itajaí à praia de Navegantes;
4) o "Plano Global e Integrado de Defesa contra as Enchentes", dos governos estadual e municipal, que previa a instalação de comitês de bacia, a começar pela bacia do Itajaí, também teve o apoio da Furb na formação do estatuto dos comitês. No entanto, apesar dos eloqüentes discursos de 1984 do então governador Esperidião Amin, nenhuma das iniciativas logrou êxito: "no nível de governo estadual, as resoluções não eram transformadas em decisões políticas e, no nível comunitário, prevaleceu o habitual deixa como está para ver como fica. A preocupação das "lideranças sociais" era predominantemente a de conseguir recursos para as obras do DNOS, enquanto a administração das enchentes, da água em geral, e a busca de soluções alternativas ou complementares, não era alvo de discussão".
Nesta tragédia de novembro de 2008, o número de mortes pode chegar a 200 pessoas, mais de 80 mil pessoas desabrigadas, um prejuízo ainda incalculável e gastos com a reconstrução econômica do Vale que certamente ultrapassará a casa dos bilhões! Certamente, não foram os "caprichos da natureza" culpados pela catástrofe. Mas, afinal, quem são os culpados? O desmatamento na Amazônia que interfere no regime de chuvas que caem na região Sul? O aquecimento global que altera a temperatura das águas dos oceanos, causando mais evaporação - já vimos isto no Furacão Catarina, em 2004?
A irresponsabilidade total ao longo dos anos de políticos e administradores dos governos municipal, estadual e federal para resolver o problema das cheias, somado a um histórico descumprimento das leis ambientais no estado de Santa Catarina? São constantes as denúncias dos impactos das atividades de mineração no sul do Estado, uso dos rios de forma irresponsável para construções de hidrelétricas e irrigação de monoculturas.
O desmatamento crescente no Estado? Originalmente Santa Catarina tinha 85% do território coberto pela Mata Atlântica, hoje há apenas 17,4% dessa área. De acordo com Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Santa Catarina foi o Estado que mais desmatou entre 2000 e 2005 - sendo que atualmente o governo de Santa Catarina vem trabalhando para alterar sua legislação ambiental e reduzir a proteção das chamadas áreas de preservação permanente, como encostas de morros. A falta do mesmo espírito empreendedor da população que fez o Vale do Itajaí prosperar economicamente, aplicado a um plano de ocupação da região dentro dos parâmetos da sustentabilidade? Uma das características de todas as enchentes foi a comunidade sempre delegar a terceiros a responsabilidade de "resolver" o problema..."

FAB monta operação de guerra - 100 mil tiveram contato com água contaminada


Trata-se da maior ação da Defesa Civil na história do Brasil; há 21 pessoas com suspeita de leptospirose.

Rodrigo Brancatelli e Júlio Castro
1 dezembro de 2008

A maior operação aérea da Defesa Civil na história do Brasil se tornou uma operação de guerra, que tem como QG uma das salas do Aeroporto Internacional de Navegantes, onde há mapas afixados com cartas aeronáuticas, quadros com missões a serem cumpridas por pilotos e tripulantes de 12 instituições estaduais e federais, incluindo Exército e Aeronáutica. Entre domingo (23) e sábado (29), foram cumpridas 459 missões, em um total de 375 horas de vôo. Agora denominada Operação Santa Catarina, a estratégia de resgate às vítimas dos soterramentos e das enchentes no Vale de Itajaí também é, segundo o Comando Aeronáutica, a maior operação aérea deflagrada no País em todos os tempos. Na América Latina, só perde para a Guerra das Malvinas, em 1982, entre Argentina e Reino Unido.

Mais de uma semana depois do início das chuvas, a FAB acredita que terá de enfrentar uma situação de “calamidade na saúde pública”, uma vez que mais de 100 mil pessoas, segundo a Superintendência de Hospitais Públicos de Santa Catarina, tiveram contato com água contaminada. “Dá um frio na espinha não saber o que vamos encontrar aqui a partir de agora”, diz o capitão farmacêutico Cidcley Samia, que ajudava ontem a montar um dos módulos do Hospital de Campanha (Hcamp), que será aberto hoje às 8 horas. “Ninguém sabe quando essa tragédia vai acabar.”Outro problema é o ainda difícil processo de resgate, por causa das chuvas e dos deslizamentos. Ontem, mais duas pessoas morreram soterradas no Morro do Baú, num deslizamento que levou outras nove pessoas.
Os técnicos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo sobrevoaram pela manhã o Vale do Itajaí e pediram para que a Defesa Civil e o Exército evacuassem e lacrassem imediatamente uma área de 20 quilômetros quadrados do Morro, uma localidade encravada entre dois vales que ainda sofre com quedas de barreira diárias. E ainda há vítimas que - ao ouvirem os helicópteros e sentirem a possibilidade de serem retiradas de perto de suas propriedades - fogem das equipes de socorro.

Oficialmente, a Defesa Civil registrava ontem 114 mortos, 27.410 desabrigados e 51.297 desalojados, além de 19 desaparecidos. E a chegada de uma frente fria nesta madrugada deve trazer mais chuva. Em novembro, foram registrados 919,5 milímetros de chuva, quando o normal para todo o mês é 110,4 ml. A Defesa Civil agora pede que as doações sejam feitas em dinheiro, pela falta de espaço para armazenar produtos.

AUXÍLIODaniela Cela, dentista catarinense de 37 anos que exibia uma camiseta que ela mesma fez com a frase “você é uma vida valiosa, insubstituível”, oferece ajuda aos médicos da Força Aérea Brasileira (FAB) para o que for preciso. “Se vocês precisarem de alguém para fazer atendimento, para fazer curativo, para limpar banheiro, para fazer café, eu vou”, dizia para quem trabalhava ontem na montagem do Hcamp, estrutura de guerra para ajudar no atendimento das vítimas. “Não consigo ficar em casa sem fazer nada, só olhando essa tragédia.”

Erguido no entroncamento entre as cidades de Itajaí e Ilhota, à beira da Rodovia BR-101, o Hcamp atenderá até 500 pessoas por dia nas áreas de clínica médica, ortopedia, pediatria, ginecologia e odontologia, com a mesma estrutura usada nos terremotos do México, em 1982, e de El Salvador, em 1986. Serão 35 médicos da FAB de prontidão, de vários Estados diferentes, que vão até dormir no local - há também os mais diversos voluntários, que não pararam de aparecer no dia de ontem.

“O apoio do hospital da FAB ajudará nessa fase onde podem aparecer doenças como leptospirose e hepatite (mais informações nesta página)”, diz Roberto Hess de Souza, superintendente de Hospitais Públicos de Santa Catarina. Ainda não há nenhum caso oficialmente confirmado de leptospirose, mas o Estado apurou que nos ambulatórios e hospitais da região há pelo menos 21 suspeitas até agora da doença.

O jogo do governo vai recomeçar do zero


Jornal do Brasil
Villas-Bôas Corrêa
Quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Talvez não seja o melhor momento para uma primeira e cautelosa tentativa de avaliação das repercussões políticas da calamidade que assola Santa Catarina e castiga o Espírito Santo e o estado do Rio, quando as abnegadas equipes de socorro ainda buscam encontrar dezenas de pessoas desaparecidas e os milhares de desabrigados que perderam tudo e não sabem como emendar o fio da vida.

Mas, acredito que seja preferível trincar os dentes e avançar do que esconder o rosto para não enxergar a realidade. É de uma evidência transparente que o presidente Lula terá que rever todo o seu esquema tático de campanha, centrado na prioridade assumida e confirmada da eleição da ministra Dilma Rousseff para sua sucessora nas urnas de 2010.

Além da antecipação que agora se revela como temerária, o presidente terá de rever datas e táticas, e recomeçar abaixo do zero. Com as obras de reconstrução de uma imensa e próspera faixa do nosso território, o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, talismã da candidata oficiosa, passa a segundo plano. Ou, na mais lisonjeira das hipóteses, dividirá a prioridade com uma enxuta listagem de obras de absoluta e indiscutível urgência.

Mas, o mutirão que desafia o governo é de intimidar o maior ministério da gastança de todos os tempos, com exageros que raspam na leviandade. Os 37 ministros, em sua maioria, são tão desconhecidos da população como o que fazem. O que se sabe por alto é o custo exorbitante do monstrengo, que poderia ser reduzido à metade.

Quando o National Bureau of Economic Research, com o seu aparato técnico, anuncia aos quatro cantos que a recessão nos Estados Unidos já vem se arrastando por meses, com a produção desacelerada, o crescimento dos índices de desemprego e a estagnação dos salários, o silvo de alarme dá a volta ao mundo.

Na mídia, todos os dias a cota de advertência cutuca os desatentos. Inútil querer jogar para a platéia com a bola quadrada.

A buraqueira no cronograma de obra do PAC, em Santa Catarina, vai exigir, tão logo soe a hora de refazer as contas, não apenas créditos milionários para o reparo do que as enchentes levaram de água abaixo, mas a retomada do cronograma do PAC, com os seus reajustes. Durante todo o mês de novembro, em Florianópolis, Vale do Itajaí, Blumenau e amplas áreas da região, além do socorro às vítimas, com a ajuda do movimento de solidariedade que mobilizou o país, o balanço das obras destruídas dobra o desafio para o mutirão que, na primeira etapa, apenas cuidará de recompor o que estava em obras e virou monturo.

Durante o ano, os tratores ficaram 100 dias parados nos atoleiros das rodovias estaduais. Em reverência à verdade, o Departamento de Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (Dnit-SC) torna pública a sua frustração: a meta de fechar o ano com 70% das obras do PAC concluídas encolheu para 50%.

E o governo, sentindo a ardência do risco de uma degringolada nos índices recordistas de popularidade do presidente Lula, abre o cofre, que não é hora de pensar em economia. Até onde a vista alcança, novos cenários ampliam o horror da tragédia. Os portos de Itajaí e Navegantes, responsáveis por 4% das exportações brasileiras, somam perdas no total de US$ 370 milhões, no ritmo de US$ 31 milhões por dia.

O governo está perdido, ou zonzo, frente a um quadro que se desmancha diante de seus olhos, como se a tinta escorresse pela tela.

E não há como remendar os rombos antes que a normalidade seja restaurada.

INFERNO DESCEU À TERRA E AINDA ATERRORIZA SANTA CATARINA * *


Marilena Salete Ribeiro * * *
Santa Catarina
25/11/2008

Chorei! Mas não foram lágrimas de tristeza, da tristeza que sinto como catarinense e vivendo no meio desta catástrofe. Chorei emocionada assistindo o Jornal Nacional, vendo que o povo brasileiro é o melhor povo do mundo...

As lágrimas nos olhos daquela senhora do Rio de Janeiro são as mesmas lágrimas que fluem nos olhos de todos nós catarinenses. Meu povo está destruído, arrasado, morto por dentro, sem entender que castigo é esse...

Chorei ao ver que Curitiba, Rio e outros estados estão se mobilizando nesta campanha de solidariedade, de compaixão e de amor. Cada pessoa que doa algo está certamente agradando a Deus, porque é nessa hora que Deus vê quem é capaz de atos gigantescos, mesmo que seja doando um litro de leite, um par de meias para um bebezinho.

Moro em Itapema, as escolas estão cheias de família sem nada, suas casas foram destruídas. Nada do que tinham dentro de casa restou... Nem móveis, nem roupas e alimentos... E não há água! Eu não tenho água em casa. Não moro em área de risco, mas estamos todos sem água. Ficamos sem luz, não podemos trabalhar normalmente, parece o fim do mundo...

Hoje, quando levantei e vi o mar limpo - porque a cor do mar era cinzenta, misturada com marrom... ondas imensas... assustador! Quando vi o sol, meus olhos ficaram marejados. Desde agosto não víamos o sol, ou seja, tínhamos dois dias, no máximo, de sol. E no restante da semana, chuva.

Somos valentes, somos batalhadores, somos um povo de paz, receptivo e solidário, somos de luta. Mas, quando vemos tudo se perder, como meus olhos presenciaram, nossas forças desaparecem feito fumaça e os olhos não crêem no que vêem. Ficamos com as lágrimas dependuradas nos cantos dos olhos. E muitas vezes precisamos nos esconder, para descarregar a dor no pranto, um pranto por ora sem fim.

Aqui não somos mais comerciantes, gerentes, donos de empresas, moradores pobres e ricos. Somos agora um povo arrasado pela fúria da natureza, somos um povo castigado. No meio do caos ninguém é diferenciado pela cor, religião, ou posição social. Somos um povo que perdeu tudo, e recomeçar do zero é preciso. Porque há os que perderam pela fúria da natureza, e há os que não conseguem trabalhar porque não há a menor possibilidade. Diante de tanta destruição, só quem viu e vê é que pode realmente crer que tudo aquilo não é um filme de terror, mas sim a realidade do povo catarinense.

É provação? Provação para ver até onde vai nossa capacidade de luta? Somos valentes na alegria e na dor... Provação em ver os entes queridos soterrados, arrancados do meio da lama, do barro, e mortos? Não sei dizer o que é isso! Sei que choro a dor dos que perderam a vida, dos que perderam seus móveis, dos que perderam suas empresas e casas...

Eu vi o que se passou onde moro, e que se ameniza um pouco, agora que o sol veio sorrindo como se nada tivesse acontecido... Eu vi a dor nos olhos de todos, eu vi as crianças sem mamadeiras, sem fraldas, sem toalhas de banho, sem roupas para trocar... Eu vi pessoas sem nada, fugindo de casa carregando na palma de sua mão apenas suas vidas...

Eu vi a luta dos bombeiros, dos salva-vidas, daqueles moços que foram treinados para entrar no mar e salvar pessoas. Mas, dentro do mar, aprenderam mais uma lição, aqueles moços e moças. Aprenderam a salvar até mesmo a dignidade das pessoas. Porque ficamos sem saber quem somos, diante do horror. Eu vi a luta de todos. Mas muitas vezes ficamos sem ação, apenas olhando tudo, sem reação alguma.

Foi um momento da besta ou de Deus tudo isso? Não quero perder minha fé, sabendo que estou viva, e bem. Claro que devido a tudo, os que supostamente estão bem, estão sem trabalhar, sem ganhar seu ganha-pão, sem água potável e muitas vezes sem luz. Todos, todos os catarinenses desta região foram afetados de alguma forma. Mesmo os que estavam seguros ficaram sem a menor condição de agir. Caos é o que se tornou a vida de todos, mas de todos indistintamente...

Quando vi no Jornal... roupas de crianças era o que mais a Rádio Cidade FM pedia. As crianças com pezinhos gelados... e ali não eram crianças pobres e nem ricas, eram crianças com frio, molhadas e fugindo do terror.

Muita gente me pergunta: "Mas por que não saíram antes de suas casas?" Creio que nem os geólogos seriam capazes de prever algo tão terrível. Lugares que não eram de risco tornaram-se o inferno.

No sábado escrevi falando que Santa Catarina chora... mas poucos acreditaram que estávamos no meio do inferno... porque ninguém crê em tanta desgraça assim. Não queremos crer que o inferno desceu à terra e ainda aterroriza dessa forma. Agora, ouço as sirenes desesperadas das ambulâncias correndo pela cidade... Ando assustada, temendo esse som desesperado.

Àquelas pessoas que vi no Jornal, doando não somente roupas, calçados, alimentos e outros, mas doando seu coração para o povo catarinense, acreditem, somos gratos por toda eternidade. Por mais que nós - as pessoas que não sofreram diretamente, mas indiretamente todo esse horror - ajudemos, é muito pouco diante do que é preciso.

Dividimos o que tínhamos, mas é um grão de areia o que fizemos se comparado com a necessidade. Ainda é necessário muito mais... Por isso, a todas as pessoas dos estados que estão mobilizadas, à defesa civil dos estados que entraram nessa campanha de socorro, somos gratos. Por ter a certeza que temos o melhor povo do planeta, é que sinto orgulho de dizer: eu sou brasileira com muito orgulho!

As orações que foram dirigidas vieram com a mesma intensidade da chuva, porque hoje o sol abriu um sorriso, aliviando assim nosso medo. Santa Catarina chora um pranto de morte e dor. O povo catarinense está desolado, apenas olha para tudo, sem forças para lutar neste momento.

Olhei hoje a praia, não a reconheci. Tem tanta coisa estranha ali, tem coisas que vieram do mar, que não dá para crer, tem destruição em tudo. Nosso paraíso - a Meia Praia, em Itapema - está irreconhecível. A Av. Atlântica, em Balneário Camboriú, é uma coisa só: água do mar e dos rios...

Os sonhos não morrem, não têm morte súbita. Os sonhos estão no coração de todos os catarinenses, mesmo que agora estejam amortecidos, doentes. Mas existem. Mesmo sabendo que agora os sorrisos se transformaram em lágrimas de sangue e dor.

Depois que tudo passar e o sorriso voltar, traduzindo garra e coragem, sei que nosso povo irá se agigantar e do barro levantará suas vidas... porque o tempo não pode ser de negras nuvens para sempre. Sei que as horas de terror tornar-se-ão minuto, minuto este de paz e calmaria...

Quando tudo passar, o povo catarinense terá disso tudo apenas a lembrança de um passado de terror. E todos renascerão no futuro, com uma vida renovada... porque não pressentimos o perigo, mas podemos pressentir o futuro e esperar em paz.

Obrigada, a todos os amigos que junto comigo rezaram desde sábado. Obrigada, a todos que estão atentos e enviando uma energia positiva a ponto de fazer um sol nascer para todos nós... porque a previsão era de chuva até quinta-feira, o que não ocorreu. O sol nasceu nesta segunda-feira em meio a nuvens e pancadas de chuva. Mas hoje, o sol nasceu com todo o seu esplendor. Creio na força da oração dos meus amigos.

Não vou assinar com fel e dor, neste momento, um pedido de perdão para Deus, por haver indagado desesperadamente: - Por que, meu Deus?! Por quê? Por que crianças? Por que doentes em UTIs? Por que idosos? Por que todos? Por que prantos sem consolo? Por que tudo isso?

Vou agora tomar meu banho de caneca, porque desde a semana passada estamos sem água... E vou rezar, para agradecer, a ajuda está vindo, mas ainda preciso orar por todos os que estão se mobilizando em todos os estados...

Quisera fosse possível fechar os olhos e adormecer serenamente. Tudo isso não é um filme de terror, e sim a realidade do povo catarinense. Itapema chora por seu povo... Santa Catarina chora!
_________
* Comentário do Editor, André F. Falleiro Garcia
* * Texto de e-mail que circulou pela internet. Título, adaptações e negrito introduzidos pelo Editor.
* * * Marilena Salete Ribeiro - Itapema - Santa Catarina

Lula e o silêncio por Santa Catarina


UM MINUTO DE SILÊNCIO?
Por Reinaldo Azevedo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu hoje (23/11), ao final da abertura da 1ª Conferência Nacional da Aprendizagem Profissional, em Brasília, um minuto de silêncio pelos mortos em razão das chuvas em Santa Catarina. Ele disse que o país acompanha "com tristeza" as notícias das mais de 50 pessoas que já morreram no Estado. Lula informou que já mandou o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, para a região e que, amanhã, irão os ministros dos Transportes, Alfredo Nascimento, e o chefe do Gabinete da Segurança Institucional, Jorge Félix.

SANTA CATARINA NÃO É CUBA

Quando os furacões assolaram o Caribe, as doações do governo Lula para Cuba, na forma de alimentos, medicamentos e materiais diversos, superaram os R$ 50 milhões, apenas pelo que foi publicado na imprensa, pois tudo o que se relaciona ao império comunista da dinastia Castro reveste-se do maior sigilo.

Em arroz foram enviadas 15 mil toneladas, a um custo de R$ 30 milhões. Boeings desceram em Havana carregados de doações. Lula, que saiu até atrás de navio espanhol para levar alimentos para Cuba, ainda não disse quantos milhões enviará para reconstruir o estado de Santa Catarina, devastado pelas chuvas, com número de mortos que já supera a casa de meia centena de cidadãos brasileiros.

O site do PT, à época dos furacões, trombeteou condoído que morreram sete pessoas na ilha, "o que para Cuba era muito". Para o PT, que até agora fez apenas os discursos de praxe, é muito ou pouco os 75 mortos em Santa Catarina (até 25 de novembro, com números aumentando alarmantemente)? Se Cuba recebeu R$ 50 milhões, quanto Santa Catarina merece?

A ilha de Lula é Cuba, não devemos esquecer. Para Santa Catarina, um minuto de silêncio.

SOLIDARIEDADE POLÍTICA

O furacão Ike matou quatro pessoas em Cuba. As chuvas já fizeram, em números oficiais, provavelmente subestimados porque deve haver corpos soterrados, 69 vítimas fatais em Santa Catarina.

Duas tragédias, dois presidentes. Para responder à emergência cubana, com seus quatro mortos, Luiz Inácio Castro da Silva convocou uma reunião de emergência com sete ministérios e editou uma MP determinando ajuda humanitária ao país. Para Santa Catarina, por enquanto, ele pediu um minuto de silêncio. Ah, sim: determinou que quatro ministros dêem uma espiadela na tragédia que acomete o estado. O governo ofereceu helicópteros para resgate e alguns colchões. E só. Nada de Medida Provisória liberando dinheiro.

Vamos entender as coisas na sua devida dimensão. A presença de ministros no local da tragédia, se não tiverem recursos a oferecer, é inútil. O papel da solidariedade política cabe ao chefe da nação - que é Lula. Ele, sim, já deveria ter pisado em solo catarinense para evidenciar que a população não está só. Tratar-se-ia de um simbolismo, enquanto seus auxiliares, em Brasília, viabilizariam os recursos. E olhem que nem seriam necessários sete ministros...

É o lado Bush de Lula. Katrina passou na janela, e a Carolina barbuda não viu.

O povo de Santa Catarina já se ergueu de outras tragédias. E o fará de novo. Que isso não sirva para esconder a lentidão do governo federal em prestar socorro àqueles brasileiros.

EM COMPENSAÇÃO...

Paraná e Rio Grande do Sul (sem Lula) montam rede solidária.

Um grupo de 139 homens da Polícia Militar (PM), do Corpo de Bombeiros, da Polícia Ambiental, da Companhia de Choque e da Defesa Civil do Paraná está pronto para ajudar no socorro às vítimas das chuvas em Santa Catarina. Parte desse grupo já estava atuando hoje em Itajaí, Joinville e Gaspar.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul também informou que enviará 70 carretas carregadas de colchões e mantimentos, além de kits de limpeza, para o Estado catarinense, onde as mortes causadas pelas chuvas já chegaram a 50.

Em acordo direto com o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), acertou ainda o envio de 17 barcos para a ajuda. Dois helicópteros e um avião também estão à disposição para qualquer eventualidade. Cachorros treinados na busca de pessoas acompanham as equipes.

Além de colchões e mantimentos, o governo gaúcho já mandou a Santa Catarina um helicóptero da Brigada Militar (BM, a PM gaúcha) para auxiliar no resgate de vítimas isoladas e conseguiu que o 5º Comando Aéreo Regional (Comar) da Força Aérea Brasileira (FAB) enviasse outro helicóptero e um avião Bandeirantes. A informação é do coordenador da Defesa Civil gaúcha, capitão Luís Fernando Santos Carlos.

Como sempre, o Sul se vira sozinho. "Brasil: um país de todos".

DEPOIMENTO - OPINIÃO

Foi uma coisa bárbara. Nunca tive conhecimento de uma tragédia igual a essa no Brasil. Pobre daquela gente.
O governo federal também é responsável em grande parte pela tragédia de Santa Cararina. Sabe-se agora que em obras de prevenção foram gastos apenas 12 % do previsto no orçamento da União. Sobraram R$ 300 milhões que sem dúvida alguma amenizariam em grande parte esta desgraça.
Como carioca, cercado por mais de 700 favelas, com rios sem dragagem, destruição da vegetação das encostas para construção de barracos, bueiros totalmente entupidos, sem obras preventivas, onde qualquer chuvinha torna a cidade um verdadeiro caos, com governadores e prefeitos populistas, demagogos e incompetentes, fico pensando o que aconteceria com o Rio se uma calamidade como essa acontecesse aqui.
Mello

DEPOIMENTO DE ALCINA LANDBICHLER

Aqui um importante depoimento de Alcina Landbichler, que achou por bem sair um tempo de sua tranqüilidade na Alemanha para vir trabalhar em SC com o marido.

Amiga,

Esta tragédia, na verdade, é muito pior do que mostram estas fotos... Muito pior!Acho nojento a mídia mentirosa, que diminui barbaramente o número de vítimas e dos prejuízos - deveriam dizer a verdade, para o povo ver o quanto é necessárioser solidário neste momento a todas estas pessoas. Mesmo com orações, poissabemos que nem todos podem ajudar materialmente.

Pra teres uma idéia, os caixões, acabaram em Santa Catarina, e estão chegando do Paraná e do Rio Grande do Sul. E a mídia tem a cara de pau de dizer quemorreram 108 pessoas!?!?! Só em Floripa, que também sofreu muito com as chuvas,tem 98 mortos, mas nem tocam no assunto. Estas pessoas perderam TUDO, só em Itajaí, 3 mil cabeças de gado morreram afogadas nos pastos, e não sabem o que fazer com tantas, como enterrar todas ou queimar. Fora as outras cidades, pois todas tinham um grande rebanho de gado, de ovinos e caprinos.

A pitoresca e linda Pomerode ficou submersa também, mas, a mídia nem tocou no assunto. O mau cheiro nestas cidades é terrível, pois ainda existem animais mortos e pessoas mortas sob os escombros. É uma tragédia que reduziu ricos e pobres, ao mesmo nível.

Por conta de tudo isto, vim até pro Brasil, pois tenho casa em Floripa, a família de minha mãe é toda de Floripa. E estou por aqui, pra tentar ajudar em alguma coisa, pois é um trabalho de formigas... E como sou voluntária da Cruz Vermelha, estou ajudando no que posso. Temos todos aqui muito trabalho pela frente.
Um grande abraço,

Alcina Landbichler

Depoimento de um Catarinense

Meus amigos,
Hoje 27 de novembro de 2008 o sol saiu e conseguimos voltar a trabalhar.A despeito de brincadeiras e comentários espirituosos normais sobre esta "folga forçada" a verdade é que nunca me senti tão feliz de voltar ao trabalho. Não somente pelo trabalho, pela instituição e pela própria tranqüilidade de ter aonde ganhar o pão, mas também por ser um sinal de que a vida está voltando ao normal aqui na nossa Itajaí.
As fotos que circulam na internet e os telejornais já nos dão as imagens claras de tudo que aconteceu então não vou me estender narrando e descrevendo as cenas vistas nestes dias. Todos vocês já sabem de cor. Eu quero mesmo é falar sobre lições aprendidas.
Por mais que teorias e leituras mil nos falem sobre isso ainda é surpreendente presenciar como uma tragédia desse porte pode fazer aflorar no ser humano os sentimentos mais nobres e os seus instintos mais primitivos. As cenas e situações vividas neste final de semana prolongado em Itajaí nos fizeram chorar de alegria, raiva, tristeza e impotência. Fizeram-nos perder a fé no ser humano num segundo, para recuperá-la no seguinte. Fez-nos ver que sempre alguém se aproveitará da desgraça alheia, mas que também é mais fácil começar de novo quando todos se dão as mãos.
Que aquela entidade superior que cada um acredita (Deus, Alá, Buda, GADU etc.) e da forma que cada um a concebe tenha piedade daqueles:
- Que se aproveitaram a situação para fazer saques em Supermercados, levando principalmente bebidas e cigarros
- Que saquearam uma farmácia levando medicamentos controlados, equipamentos e cofres e destruindo os produtos de primeira necessidade que ficaram assim como a estrutura física da mesma.
- Que pediam 5 reais por um litro de água mineral.
- Que chegaram a pedir 150 reais por um botijão de gás.
- Que foram pedir donativos de água e alimentos nas áreas secas pra vender nas áreas alagadas.
- Que foram comer e pegar roupas nos centros de triagem mesmo não tendo suas casas atingidas.
- Que esperaram as pessoas saírem das suas casas para roubarem o que restava.
- Que fizeram pessoas dormir em telhados e lajes com frio e fome para não ter suas casas saqueadas.
- Que não sentiram preocupação por ninguém, algo está errado em seu coração.
- Que simplesmente fizeram de conta que nada acontecia, por estarem em áreas secas.
Da mesma forma, que essa mesma entidade superior abençoe:
- Aqueles que atenderam ao chamado das rádios e se apresentaram no domingo no quartel dos bombeiros para ajudar de qualquer forma.
- Os bombeiros que tiveram paciência com a gente no quartel para nos instruir e nos orientar nas atividades que devíamos desenvolver.
- A turma das lanchas, os donos das lanchinhas de pescarias de fim de semana que rapidamente trouxeram seus barquinhos nas suas carretas e fizeram tanta diferença.
- À equipe da lancha, gente sensacional que parecia que nos conhecíamos de toda uma vida.
- Aos soldados do exército do Paraná e do Rio Grande do Sul.
- Aos bravos gaúchos, tantas vezes vitimas de nossas brincadeiras que trouxeram caminhões e caminhões de mantimentos.
- Aos cadetes da Academia da Polícia Militar que ainda em formação se portaram com veteranos.
- Aos Bombeiros e Policias locais que resgataram, cuidaram , orientaram e auxiliaram de todas as formas, muitas vezes com as suas próprias casas embaixo das águas.
- Aos Médicos Voluntários.
- Às enfermeiras Voluntárias.
- Aos bombeiros do Paraná que trabalharam ombro a ombro com os nossos.
- Aos Helicópteros da Aeronáutica e Exército que fizeram os resgates nos locais de difícil acesso.
- Aos incansáveis do SAMU e das ambulâncias em geral, que não tiveram tempo nem pra respirar.
- Ao pessoal do Helicóptero da Polícia Militar de São Paulo, que mostrou que longo é o braço da solidariedade.
- Ao pessoal das rádios que manteve a população informada e manteve a esperança de quem estava isolado em casa.
- Aos estudantes que emprestaram seus físicos para carregar e descarregar caminhões nos centros de triagem.
- Às pessoas que cozinharam para milhares de estranhos.
- Ao empresário que não se identificou e entregou mais de mil marmitex no centro de triagem.
- A todos que doaram nem que seja uma peça de roupa.
- A todos que serviram nem que seja um copo de água a quem precisou.
- A todos que oraram por todos.
- Ao Brasil todo, que chorou nossos mortos e nossas perdas.
- Aos novos amigos que fiz no centro de triagem, na segunda-feira.
- A todos aqueles que me ligaram preocupados com a gente.
- A todos aqueles que ainda se preocupam por alguém.
- A todos aqueles que fizeram algo, mas eu não soube ou esqueci.
Há alguns anos, numa grande enchente na Argentina um anônimo escreveu isto:
COMEÇAR DE NOVO
Eu tinha medo da escuridão
Até que as noites se fizeram longas e sem luz
Eu não resistia ao frio facilmente
Até passar a noite molhado numa laje
Eu tinha medo dos mortos
Até ter que dormir num cemitério
Eu tinha rejeição por quem era de Buenos Aires
Até que me deram abrigo e alimento
Eu tinha aversão a Judeus
Até darem remédios aos meus filhos
Eu adorava exibir a minha nova jaqueta
Até dar ela a um garoto com hipotermia
Eu escolhia cuidadosamente a minha comida
Até que tive fome
Eu desconfiava da pele escura
Até que um braço forte me tirou da água
Eu achava que tinha visto muita coisa
Até ver meu povo perambulando sem rumo pelas ruas
Eu não gostava do cachorro do meu vizinho
Até naquela noite eu o ouvir ganir até se afogar
Eu não lembrava os idosos
Até participar dos resgates
Eu não sabia cozinhar
Até ter na minha frente uma panela com arroz e crianças com fome
Eu achava que a minha casa era mais importante que as outras
Até ver todas cobertas pelas águas
Eu tinha orgulho do meu nome e sobrenome
Até a gente se tornar todos seres anônimos
Eu não ouvia rádio
Até ser ela que manteve a minha energia
Eu criticava a bagunça dos estudantes
Até que eles, às centenas, me estenderam suas mãos solidárias
Eu tinha segurança absoluta de como seriam meus próximos anos
Agora nem tanto
Eu vivia numa comunidade com uma classe política
Mas agora espero que a correnteza tenha levado embora
Eu não lembrava o nome de todos os estados
Agora guardo cada um no coração
Eu não tinha boa memória
Talvez por isso eu não lembre de todo mundo
Mas terei mesmo assim o que me resta de vida para agradecer a todos
Eu não te conhecia
Agora você é meu irmão
Tínhamos um rio
Agora somos parte dele
É de manhã, já saiu o sol e não faz tanto frio
Graças a Deus
Vamos começar de novo.
É hora de recomeçar, e talvez seja hora de recomeçar não só materialmente. Talvez seja uma boa oportunidade de renascer, de se reinventar e de crescer como ser humano. Pelo menos é a minha hora, acredito. Que Deus abençoe a todos.
Luis Fernando Gigena

Vila Militar dos Sargentos é afetada


Blumenau (SC) – Militares do Exército perderam tudo durante a enxurrada que afetou as 17 residências que formavam a Vila Militar próxima ao 23º Batalhão de Infantaria. A solidariedade entre os companheiros de farda permitiu que não houvesse vítimas, porém não foi possível salvar quase nada no interior das casas.

Fotos: Ten Renata Guerra e Sgt Dilmar

ESFORÇO EB - OPERAÇÃO ITAJAÍ-AÇÚ


O BRAÇO AMIGO!

Prezados servidores do Exército,

Moro na cidade de Blumenau, castigada nos últimos dias pelas chuvas e pelos desabamentos. Estou em uma região da cidade relativamente favorecida, pois não sofri nenhum dano considerável até agora, ao contrário e tantas outras pessoas.

No entanto, não posso deixar de registrar que não fosse o auxílio do Exército, certamente a tragédia por aqui seria muito maior. É incessante a passagem de caminhões e helicópteros do Exército por volta de minha casa, indo socorrer os que precisam, e são muitos. Até um blindado anfíbio já passou aqui pela frente.

Em resumo, serve o presente para elogiar a postura do Exército e dos militares que aqui estão frente a esta tragédia, mostrando, de fato, o "braço amigo". Espero que continuem assim.

T. S. H.

OBRIGADA EB!

Camboriú, 26 de Novembro de 2008
EXÉRCITO BRASILEIRO
BOA TARDE !

A dor e o sofrimento não vão parar...

Assim que as águas baixarem, projeto eu, entraremos em outra fase desse calvário: o de contabilizar os danos, limpar a destruição e passar a reconstruir a vida. Nada será como antes, e isso não é um pessimismo à toa. Quem passa por isso aqui não esquece. Nunca. Então, a vida está andando de lado, está suspensa. Não há aulas. Não há compromissos. Não há agenda a ser cumprida. Não há vida normal. Só existe o essencial: sobreviver. Portanto desta maneira, não poderia me furtar a oportunidade de dizer quanto a família do EXERCITO BRASILEIRO tem compartilhado para a ajuda humanitária em Santa Catarina, principalmente na Região do Vale do Itajaí com as Aeronaves e tropas terrestres.

Muito Obrigado.

Atenciosamente e Grato,
S. R.

Mensagem eletrônica recebida por ocasião da Operação ITAJAÍ-AÇÚ


Prezado General de Brigada Manoel Luiz Narvaz Pafiadache.

Em nome da TBG - Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia Brasil queremos agradecer a prestimosa ajuda do Exercito Brasileiro, sem a qual não conseguiríamos ultrapassar as barreiras caídas nas estradas acessando o local onde tivemos o acidente com o gasoduto. A chegada de máquinas no ponto do acidente permitirá que possamos fazer o reparo da tubulação, restabelecendo o suprimento de Gás Natural para o Centro Sul de Santa Catarina e para o Estado do Rio Grande do Sul. Este modal energético atualmente representa a única alternativa para algumas das indústrias dos citados Estados. Nosso reconhecimento a todos seus comandados pela disponibilidade, camaradagem e capacidade operativa.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

SOS SANTA CATARINA - DEFESA CIVIL DO DF - PARTICIPE DA CAMPANHA DO DF!

Brasília está trabalhando, incansavelmente, dia e noite, sem parar, para fazer chegar aos irmãos de Santa Catarina doações que não param de chegar ao centro de triagem, que fica no ginásio de esportes da PM-DF, no setor policial da Asa Sul. Como se pode ver na coluna fixa deste blogo (ao lado), a Defesa Civil está transmitindo os trabalhos de triagem e de preparação das cargas para envio, ao vivo. São bombeiros, homens da Defesa Civil, da Polícia Militar, do Exército e voluntários trabalhando sem parar. Ontem, mais uma vez, o governador do DF esteve no local para verificar como estão indo os trabalhos. Eu estive por lá e tirei algumas fotos (vejam abaixo).

Brasília tem demonstrado uma incrível solidariedade, assim como tem acontecido com outras cidades do país. Por aqui, os responsáveis pelos trabalhos de triagem pedem que os brasilienses tragam caixas de papelão, rolos de fitas adesivas para embalagem e material de escritório, como pilots, clipses, durex, tesouras, etc. São toneladas e toneladas de material que presisam ser embalados adequadamente. Vamos lá, Brasília, vamos ajudar!!!!

Outro problema encontrado é conseguir transporte para fazer chegar as doações a Santa Catarina. Como a FAB, as companhias aéreas (que também já cederam aeronaves para o transporte) e ainda empresas de transporte de carga já estão sobrecarregadas, restaria apelar ao Exército que cedesse caminhões que pudessem seguir em comboio para Santa Catarina. Está feito o apelo.

Na última entrevista, um Major do Exército, que está em Santa Catarina, recebendo centenas de milhares de doações, disse que a solidariedade não pode parar, pois, por mais que cheguem doações, o total de mantimentos arrecadados ainda é insufuciente para sustentar os milhares de desabrigados por mais de um mês. Portanto, não podemos deixar que a campanha estacione. Temos que prosseguir divulgando dados e pedindo a ajuda de todos.

Aqui neste site vocês poderão encontrar o tipo mais necessário de doações.