segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

DECEPÇÃO PARA O GOVERNO: BRASIL MOSTRA QUE AINDA É UMA NAÇÃO - E FORTE!

Por Rebecca Santoro
1/12/2008

A imprensa nacional começou a dar mais destaque para a tragédia provocada pelas chuvas em Santa Catarina a partir do dia 22 de novembro. Porém, desde os meados do mês de outubro o estado vem sofrendo com os temporais e com as enchentes, que já faziam centenas de desabrigados. Veja os primeiros posts deste blog para conferir (começam logo acima). O mesmo problema vem ocorrendo no Espírito Santo e ainda não há como ajudar as vítimas, porque, em muitos outros estados, não há agentes oficiais para recolher doações, especificamente para os capixabas.

O presidente Lula mantinha-se mudo a respeito da tragédia, até o último dia 27 de novembro (Nem o país nem o Presidente são de Todos), depois de quase dois meses de tragédia, quando apenas veio a sobrevoar o estado de Santa Catarina. Não pousou nem em local seguro, não fez nenhuma visita a nenhum dos locais que estão acolhendo os milhares de desabrigados e nem fez um pronunciamento oficial sequer (em rede nacional de rádio e TV, pois o fato mereceria) de solidariedade às vítimas. Limitou-se a dizer que liberará verbas para o Estado e, vejam só, pretende liberar o dinheiro do Fundo de Garantia das próprias vítimas para que possam reconstruir suas vidas (quem não tiver direito ao benefício, por enquanto, que se dane). Quanto ao estado do Espírito Santo, que também vem sendo assolado pelos mesmos problemas, como ainda não há destaque suficiente na imprensa, Lula ainda não se viu obrigado nem mesmo a sobrevoá-lo.

Por outro lado, ao contrário, e como sempre, milhares de brasileiros voluntários da classe-média, de profissionais das Forças Armadas (que jamais precisaram esperar pelas primeiras ordens do ministério da defesa), das Polícias Militares, dos Bombeiros, da Defesa Civil, da Cruz Vermelha e do médio empresariado - ou seja, milhares daqueles que são as verdadeiras vítimas massacradas do governo Lula, verbal e legalmente - trabalham, ininterrupta e incansavelmente pelos irmãos catarinenses e, incrível, sem lembrar de cotas raciais e de renda (é, ninguém está salvando as pessoas com base em cotas: 20% de negros, 40% de pobres, 15% de índios e coisas do gênero). São milhares de brasileiros fazendo doações e se mobilizando, como voluntários, para socorrer as vítimas catarinenses.

Nem um mísero OBRIGADO por parte do chefe governante. Ao contrário, seu governo continua patrocinando projetos discriminatórios inconstitucionais baseados em cotas de raça e de poder aquisitivo, e outros ainda que pretenderem criar milhares de guetos raciais dentro do país, muitos deles com nítidas intenções de se tornarem independentes do Brasil e outros sustentados pelo próprio governo - ou seja, com o dinheiro dos impostos daqueles brasileiros que trabalham e que produzem riqueza no país, ainda que em detrimento destes. Como se não bastasse, o presidente vai à frente de um governo que patrocina o revanchismo contra as Forças Armadas e enaltece criminosos, revoltosos e terroristas - inclusive com palavras e atos do próprio presidente em pessoa.

Todo mundo adora falar mal de George W. Bush – o presidente dos EUA. Mas Bush já deu melhores exemplos de como se comportar diante de tragédias que atingem os norte-americanos do que Lula. George Bush, por exemplo, percorreu a região dos estados de Iowa, Illinois, Wisconsin e Indiana atingida pelos piores alagamentos dos últimos 15 anos, em maio e junho deste ano. Bush compareceu em nada menos do que um centro de emergência de Cedar Rapids, uma das cidades mais atingidas pelos alagamentos. Morreram 22 pessoas e outras 40 mil foram obrigadas a abandonar suas casas. Lá nos EUA, o Fundo para Desastres da Fema (Agência Federal de Administração de Emergências) dispõe anualmente de mais de US$ 4 bilhões para atender emergências, principalmente as provocadas por desastres naturais. Os fundos do governo federal devem garantir principalmente o conserto e a substituição de estradas e de linhas de trem, além do reparo de empresas e de casas inundadas pelas águas, quando se tratarem de instalações sem seguro. Bush também se fez presente, levando, pessoalmente, solidariedade às vítimas do furacão Katrina, principalmente em New Orleans (Louisiana), em 2005, quando enchentes destruíram aquela cidade.

Enfim, as tragédias de Santa Catarina e do Espírito Santo vêm, no que se poderia tirar de bom de episódios tristes como estes, esfregar, na cara daqueles que pretendem dividir o Brasil e os brasileiros, que será tarefa inglória e árdua destruir a nação e as poucas coisas boas que nela se consolidaram, entre elas o espírito de solidariedade (ainda que muito mais nas tragédias do que nas glórias - a exceção das torcidas em campeonatos esportivos internacionais) e de irmandade que fazem parte da formação cultural da maioria dos brasileiros, indiscriminadamente.
E tem mais: os órgãos competentes e a população deram uma incrível demonstração de independência e de iniciativa - não esperaram nem por atitudes governamentais e nem por apelos da imprensa para agir em socorro dos irmãos catarinenses (e já o começa a fazer em relação aos capixabas, também). Ao contrário, dessa vez, foi a grande imprensa que teve que correr atrás do fenômeno de solidariedade. É claro, agora, com os noticiários colaborando, a coisa toda vai se tornar mais abrangente, mais poderosa - mas, nasceu antes, espontaneamente. E aconteceu porque os brasileiros direitos não acreditam neste governo e nem esperam mais nada de bom que dele venha. Resolveram agir sozinhos - a nação pela nação. E também aconteceu porque não se agüenta mais ver o país refém da criminalidade - foi uma demonstração de que, em paz e com iniciativa própria, podemos tocar o país que queremos construir. Só se quer saber quem trará a paz de que precisamos - e descobrimos porque ela não pode vir: é que precisam nos aprisionar, precisam nos dominar, para tirar de nós boa parte dos frutos de nosso trabalho, afim de que financiem a vida nababesca daqueles inúteis que nos escravizam.
Enfim, toda essa mobilização nacional, que surgiu, sim, de forma espontânea, foi uma decepção para um governo que fez, faz e certamente ainda muito o fará para jogar negros contra brancos e estes dois contra índios (como se essas raças pudessem ser separadas no Brasil); pobres contra mais abastados; camponeses contra médios e grandes produtores agropecuários; mulheres contra homens; homossexuais contra heterossexuais; alunos contra professores; não-letrados contra letrados; o povo contra as Forças Armadas, etc. Pois é, o Brasil acaba de mostrar que vai ser difícil, muito difícil destruir a nação que habita essa terra...

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